Atividade leiteira economicamente viável
O principal segredo é garantir pastagem à vontade durante todos os dias do ano.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural em parceria com a Epagri iniciou há dois anos, um trabalho voltado à viabilidade econômica das pequenas propriedades rurais do interior do Município de São Lourenço do Oeste. Como a atividade leiteira é a principal fonte de renda dos pequenos agricultores, o foco desse trabalho está voltado para os produtores de leite.
A idéia é produzir leite com baixo custo de produção, orientando-os a iniciarem as mudanças com a estrutura física que possuem, evitando gastos como a construção de estrebaria moderna e aquisição de novas matrizes. No entanto, a implantação de pastagens perenes de verão é fundamental para atingir tal objetivo.
Esse trabalho está sendo desenvolvido sob a orientação do Engenheiro Agrônomo da Epagri, Nelson Hayashi, que inicialmente realiza um diagnóstico geral de cada propriedade, e a partir daí repassa as orientações necessárias para iniciar o processo de mudança, fazendo com que a propriedade seja eficiente na produção de leite.
Segundo Nelson, para que a atividade leiteira tenha lucro, é preciso que o produtor garanta a disponibilidade de pastagens durante todos os dias do ano, utilizando as potencialidades disponíveis na propriedade, sem despender grandes investimentos. “O que importa não é o volume de produção, e sim o que sobra no bolso”, enfatiza.
Uma das propriedades assistidas é do produtor rural, Jair Quirino dos Santos, da Comunidade Lageado Grande distante 07 quilômetros da cidade.Jair foi um dos primeiros agricultores a aderir a esta idéia e hoje, quase dois anos depois, colhe os frutos de seu trabalho.
Durante 15 anos, a família trabalhou na produção de fumo, atividade que consumia praticamente todo o tempo disponível. Agora, trabalhando na produção de leite nesse sistema, o agricultor garante que sobra mais tempo para curtir a família, passear e principalmente, mais dinheiro no bolso. Além disto, não compromete a saúde com o uso constante de defensivos agrícolas.
A esposa, Neusa Casanova dos Santos, também trabalha junto com o marido e, garante que está satisfeita com os resultados. Segundo ela, já deu para ampliar, pintar a casa e efetuar melhorias nos arredores da residência. Uma das preocupações da família era a falta de água nos períodos de estiagem, fato este sanado com a implantação de uma cisterna de 20.000 litros que capta a água da chuva através de calhas instaladas no telhado da casa
.O Governo Municipal através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural tem dado apoio à atividade leiteira, que segundo o Secretário Saulo Sutilli, vai desde o fornecimento de sêmen de qualidade, 20 vagas por ano aos filhos de produtor no curso superior de Tecnólogo em Leite, além da manutenção das estradas, suporte técnico e outras parcerias que somam no resultado final.
Projeto que deu certo
Atualmente, o produtor possui 12 vacas e mais 5 novilhas. A média mensal de produção de leite do ano passado foi de 3.500 litros e renda líquida de R$ 1.800,00. O projeto da família é ampliar o plantel para 18 vacas em lactação e produzir 6.000 litros mensais e gerar uma renda mensal de R$ 3.500,00.
Unidades Demonstrativas
Segundo Nelson Hayashi, existem no município outras 7 Propriedades Demonstrativas como a do Sr. Jair Quirino, que estão abertas para visitação espontânea de agricultores, e que podem ser utilizadas como sala de aula para socialização de informações técnicas: Luís Luchetta (L. Jacutinga), Fortunato Bosa (Ouro Verde), Ademir Ravarena (Santa Inê ), Rodrigo Carraro (Planalto), Elói Mariani (L. Taquari), Ivanor Weirich (São Caetano) e Américo Coan (L. São Miguel).