Nota do Conselho Federal de Medicina (CFM) confirma, mais uma vez, discurso do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. De acordo com o material divulgado na segunda-feira, 24 de setembro, o baixo investimento do governo na Saúde pública é uma das causas do mau desempenho do Brasil no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
O ranking – no qual o país ocupou 84ª posição entre os 187 países avaliados – é uma medida comparativa usada para classificar os países em desenvolvidos, em desenvolvimento e em subdesenvolvidos.
“Se União tivesse vinculado o seu gasto em 10%, seriam R$ 14,6 bilhões mais para a Saúde, só neste ano de 2012”, diz Ziulkoski. Segundo o líder municipalista, os Municípios fazem sua parte, investem muito mais do que a Constituição determina. Mas, os governos estaduais e federal não aplicam nem o que é obrigatório. “Essa situação vem se repetindo nos últimos anos, o que tem impedido melhorias no atendimento médico e hospitalar da população”, afirma.
O indicativo do Conselho foi baseado nos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que revelam: o governo brasileiro tem uma participação menor do que as suas possibilidades no financiamento da saúde pública. Isso faz com que o país esteja em último lugar entre os países que têm modelo público e acesso universal à saúde. Para o primeiro-vice-presidente do CFM, Carlos Vital: “trata-se de uma posição nada lisonjeira para quem se coloca entre os dez mais ricos do mundo, com pretensões de ser a sexta economia do mundo”.
Concentração
Outra informação da nota do CFM – que também já foi mostrada pela CNM – é a concentração dos médicos nas grandes cidades. O Conselho considera o problema como fator que contribui para a desigualdade de acesso da população ao sistema de Saúde.
De acordo com levantamento da Confederação, os Municípios enfrentam dificuldades para a contratação de médicos. Só este ano, 1.228 pediram auxílio ao Ministério da Saúde para contratar profissionais de saúde recém-formados e 233 não atraíram nenhum profissional.
Explicação
Isso ocorre por causa do problema que os Municípios encontram com a elevação dos salários por parte da classe. “Como a procura é pequena, os gestores precisam aumentar a remuneração para atrair os médicos para as cidades mais distantes, aumentando os custos locais”, explica Ziulkoski.
Da Agência CNM, com informações da Agência Brasil
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