Reuniões: suinocultores buscam licenciamento ambiental

Nesta sexta-feira, dia 6, em Chapecó, às 14 horas, no auditório da Epagri, no Bairro São Cristóvão, o Comitê Regional da Suinocultura, em parceria com a Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (Amosc), promove reunião para divulgação e implantação do Termo de Compromisso de Ajustamento de Condutas da Suinocultura (TAC).
Participam suinocultores que ainda não tenham o licenciamento ambiental e que residam nos municípios da abrangência da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Chapecó, envolvendo as Comarcas de Chapecó e Coronel Freitas.
PROBLEMÁTICA
O suíno é um animal monogástrico, incapaz de digerir tudo o que come. O processo digestivo dos suínos é imperfeito. Aproximadamente 30% dos alimentos ingeridos na ração saem nos dejetos (fezes e urina). Alguns nutrientes chegam a 90% de perda. A água utilizada no manejo e limpeza das pocilgas avoluma o chorume. Uma granja de tamanho médio, com 300 matrizes, ciclo completo, equivale à poluição de uma cidade de 75 mil habitantes.
Entre as principais substâncias poluentes estão nitrogênio e fósforo. Mais perigoso é o nitrogênio, que se transforma em nitrato e facilmente se movimenta no solo, atingindo o lençol freático. Também polui o ambiente na forma de amônia, ou de óxido nitroso, que afeta a camada de ozônio.
O problema, mundial, surge devido à elevada concentração de animais numa mesma área. Os produtores de suínos da União Européia apresentam grave situação. A Holanda, o principal deles, com rebanho de 16 milhões de cabeças, concentra 301 suínos por quilômetro quadrado. Suas águas interiores escondem perigoso nível de nitratos.
No Brasil, o rebanho suíno alcança 35 milhões de cabeças. A concentração territorial é baixa (4,1 suínos/km2), mas a média esconde a verdade. Ocorre que metade da suinocultura nacional se concentra no Sul. Santa Catarina, o maior produtor, apresenta 5,5 milhões de cabeças, com média de 55 suínos/km2. Municípios como Concórdia atingem 287 suínos/km2. Certas microrregiões ultrapassam 600 suínos/km2. Solos e rios se encontram em perigo.
No oeste catarinense, a situação ficou tão grave que a suinocultura quase acabou paralisada. Situação semelhante enfrentam os produtores localizados no sudoeste e oeste do Paraná, no Vale do Piranga, em Minas Gerais, e no noroeste do Rio Grande do Sul. Em São Paulo, na região bragantina mora o apuro.
Nesses locais, a elevada aglomeração de pequenas granjas suínas causa os danos ambientais.
Fonte: MB Comunicação